Capacitação de jovens com deficiência para o trabalho.
Faltam jovens e pessoas com deficiência com capacitação para inserção no mercado de trabalho brasileiro, afirma o procurador-geral do Trabalho, Luiz Antônio Camargo Melo.
“Há resistência por parte dos empresários. A contratação exige investimento, tem de preparar, dar acessibilidade, e muitos não querem investir para que essas pessoas tenham um bom ambiente de trabalho”, explica Melo.
O procurador diz que o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebe reclamações contra empresas que descumprem leis de cota ou aprendizagem, mas, quando o inquérito é instaurado, se esbarra em dificuldades como a ausência de pessoas qualificadas para assumir os postos. Para o coordenador, o Estado precisa investir para que as empresas tenham condições de abrir postos de trabalho e absorver esse tipo de mão-de-obra.
“No Brasil, há cerca de 20% de jovens entre 18 e 24 anos desempregados. Não podemos correr o risco de ver essa mão-de-obra perdida. Uma pessoa de 19, 20 anos que não tem colocação profissional vai buscar trabalho de outras formas, muitas delas não recomendadas. Se o jovem não se insere nesse momento, provavelmente não vai ingressar depois. Então, teremos uma geração perdida”, acrescenta Melo.
O consultor da Unidade de Relações de Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alberto Borges de Araújo, entende que não se pode dizer de forma generalizada que todo o empresariado tem resistências quanto à contratação de jovens e pessoas com deficiência.
“Temos bons exemplos. No Senai, implantamos projetos de inclusão e, de lá para cá, já qualificamos para a indústria quase 100 mil pessoas com deficiência. O problema que vemos é a acessibilidade e o avanço de tecnologias para a superação da deficiência. O Senai vem desenvolvendo soluções didáticas para isso”, destaca Araújo.
Fonte: http://invertia.terra.com.br.