Raíssa e tudo mais...
Sou professora e psicomotricista e sempre trabalhei em escolas estaduais. Quando ganhei a Rhaissa há 13 anos, pensei logo que a minha escola não era uma escola inclusiva. Começava ali a minha caminhada de sensibilização e informação para toda comunidade escolar através de palestras. Quando a Rhaissa fez três anos de idade a colocamos na escolinha particular e, através de informações aos professores e pais sobre Síndrome de Down fomos sensibilizando a todos.
Naquela época, em reuniões, já ouvia os professores dizendo que não estavam preparados para trabalhar com crianças com algum tipo de deficiência, o que escuto até hoje. Agora Rhaissa está com 13 anos e frequenta a 6ª série nesta mesma escola, foi difícil no inicio... foi... Até hoje encontramos dificuldades, mas com diálogo estamos nós da família, professores, direção e supervisão da escola, enfrentando problemas e nos encantando com as histórias de Rhaissa.
Tudo é discutido, conversado e ponderado, desde a metodologia a avaliação. A escola é flexível e criativa. Até hoje Rhaissa teve apenas dois professores com especialização em educação especial. O que acontece para dar certo, não é porque é uma escola particular, porque sei de muitas escolas particulares que não são inclusivas. O que dá certo é a BOA VONTADE de todos, é a vontade de aprender, é o amor, é aceitação ao novo, ao diferente.
Sei que o caminho é longo e que sempre vamos encontrar desafios, mas quando existe o respeito pelos limites, nossas crianças, nossos jovens, terão com certeza um melhor desenvolvimento. Hoje o bom desenvolvimento de Rhaissa é o resultado da família que ela tem, da escola que a incluiu e a respeita e da sociedade que também a acolhe respeita e ama. Não adianta ficar reclamando, sem fazer nada, cada um tem que se perguntar o que está fazendo para melhorar a Inclusão do seu filho e dos demais. Inclusão é um privilégio de conviver com as diferenças, vamos nos dar e dar aos outros esse privilégio.